Como está escrito: "Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro".Romanos 8:36
Quando olhamos para esquerda e para direita
vemos o caos que o pecado trouxe e as consequências geradas em um mundo caído. Porém,
“não há nada de novo debaixo do sol.” (Ec. 1:9). Doenças e catástrofes naturais
sempre caminharam juntos com a humanidade. Imoralidades e falta de amor ao próximo
também sempre fizeram parte do cotidiano.
Há 2000 anos a Igreja tem lidado com todos
esses problemas e procurando respostas, sejam tais problemas esses morais ou
naturais. Um exemplo disso é a forma que a Igreja enfrentou a peste de
Antonina. Historiadores sugerem que o cristianismo se espalhou durante a terrível
peste de Antonina durante o segundo século, que se estima ter matado um quarto
do império romano, pois os cristãos cuidaram dos doentes e ofereceram uma
resposta bíblica para o problema enfrentado.[1]
Em 2020 não foi diferente. Muitos cristãos se
levantaram para lidar com a pandemia, muitos na linha de frente se expondo ao
risco de se contaminarem enquanto tratavam dos infectados, outros se dispuseram
a ficar isolados em casa cultuando online e desenvolvendo respostas bíblicas para
situação que ainda vivemos no mundo e assim de alguma forma dando continuidade
ao legado cristão que se perpetua pelos séculos.
Sim, o covid-19 foi algo que afetou a todos de
alguma forma, sem se importar se você é cristão ou não. Muitos perderam familiares,
amigos, saúde, trabalho ou até mesmo a esperança de um futuro melhor. Porém em
meio ao caos que o vírus nos colocou – e de discursos de proeminentes líderes evangélicos
com base em teorias da conspiração - a Igreja não deixou de avançar. Além dos cristãos
na linha de frente no combate ao vírus, muitas igrejas locais deram início a
trabalhos sociais para cuidar dos mais necessitados em sua comunidade. Já no
quesito evangelismo os cultos online receberam muitos não-cristãos que tinham
uma forte resistência com participar de cultos realizado de forma “convencional”,
mas que tiveram a oportunidade de ouvir as boas novas de salvação via internet.
Martinho Lutero rejeitou as convocações para
fugir da peste bubônica que assolou Wittenberg em 1527 e publicou uma resposta
cristã ao problema. “Nós morremos nos nossos postos. Os médicos cristãos não
podem abandonar os seus hospitais, os governadores cristãos não podem fugir de
seus distritos, os pastores cristãos não podem abandonar as suas congregações.
A peste não dissolve as nossas obrigações: ela nos dirige às cruzes, nas quais
devemos estar preparados para morrer.”[2]
Talvez essa resposta possa nos dar uma noção de qual deve ser a nossa postura
para situações como essa que estamos passando e outras que muito provavelmente
iremos passar
Por amor de Cristo sempre enfrentamos a morte
todos os dias nesses 2000 anos – esse ano enfrentamos a morte que poderia vir galopando um novo vírus e as consequências trazidas por ele –, mas seja em meio a pandemias, terremotos
ou jogados aos leões para o entretenimento de uma população sedenta por
carnificina o Evangelho de Cristo é proclamado e o Reino de Deus continua
avançando.
[1] Stone,
Lyaman, Christianity Has Been Handling Epidemics for 2000 Years, https://foreignpolicy.com/2020/03/13/christianity-epidemics-2000-years-should-i-still-go-to-church-coronavirus/
(acessado em 21/09/2020)
[2]
Lennox, John C., Where Is God In A Coronavirus World? (Great Britain 2020, The
Good Book Company) p.54-55.
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